A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), é caracterizada pelo aumento do número de células na próstata, com a formação de nódulos prostáticos. A sua prevalência aumenta conforme o avanço da idade, podendo impactar de forma significativa na qualidade de vida, como através dos sintomas de trato urinário inferior, a exemplo da maior frequência miccional, urgência para urinar e dor à micção (disúria). Urolift
Nesse sentido, há um arsenal de intervenções – com vantagens e desvantagens-, e a busca por procedimentos minimamente invasivos e com melhor prognóstico para desfechos específicos tem se consagrado, merecendo destaque o Sistema Urolift®, cuja indicação é para homens cujo volume prostático inferior a 70mL-sem lobo médio- (EAU,2022) ou massa de até 100g (FDA,2020) com desejo de preservação da função ejaculatória. De forma sucinta, em geral sob sedação ou anestesia local, há um reposicionamento, via uretral, da próstata e compressão dos lobos laterais, “grampeando-a”, sem cortes ou danos ao tecido prostático.
Dessa forma, busca-se mitigar os sintomas supracitados, melhorando a qualidade de vida do paciente, com um pós-cirúrgico de recuperação mais rápida -alta no mesmo dia-, além de preservação da função ejaculatória (em contraste com a Ressecção Transuretral de Próstata -RTU e outras técnicas com ablação).
Logo, no que tange às evidências científicas, em estudos com follow-up de até 05 anos, o Urolift®, em comparação com o placebo, promoveu melhorias estatisticamente significativas nos scores comumente avaliados para checar a eficácia (IPSS, QoL, BPHII e Qmax).
Por conseguinte, ao comparar o Urolift® à Ressecção Transuretral de Próstata (RTU), os dados (cujo nível de evidência, pelo sistema GRADE, foi considerado baixo) tendem a indicar melhorias mais significativas para RTU, em 24 meses, nos scores supracitados. Em contraste, obteve-se a preservação da função ejaculatória na Urolift® e melhor recuperação pós-cirúrgica.
Por fim, o Sistema Urolift®, dentro da suas indicações, mostra-se eficaz no tratamento da HPB, com superioridade na preservação da função ejaculatória (quando comparada com a RTU e outras técnicas menos invasivas, como a Rezum), podendo ser interessante, inclusive, para pacientes com outras comorbidades associadas e status de saúde mais impactado.
Referências:
doi: 10.1002/14651858.CD012832.pub2; PMID: 34657655; PMID: 28646935; Diretrizes da EAU, Manejo de luts masculinos não neurogênicos, 2022.; FDA K200441, 2020
*Nilo Jorge Leão
Chefe do serviço de Urologia do Hospital Mater Dei Salvador
Chefe do Serviço de Urologia do Hospital Municipal de Salvador
Coordenador do Núcleo de Uro Oncologia das Obras Sociais Irmã Dulce
Coordenador do Instituto Baiano de cirurgia robótica
Urolift
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